Pode beber durante as Hakafot?
- É uma mitsvá regozijar-se em Shemini Atzeret, já que na época do Beit Hamikdash, durante todos os dias de Sucot, setenta bezerros eram sacrificados, em alusão às setenta nações do mundo, enquanto neste último dia somente um era sacrificado, equivalente ao Povo de Israel. Nossos Sábios explicaram este assunto por meio de uma parábola, sobre um rei cujos servos fizeram uma grande festa em sua honra por sete dias. No último dia, o monarca pediu ao seu mais querido ministro que fizesse um pequeno banquete, para que ele pudesse desfrutar de sua companhia. Da mesma forma, nós, o povo de Israel, no último dia de Sucot somos considerados como o mais amado ministro do Rei dos reis, Hashem, que nos pede o sacrifício de um bezerro para se alegrar apenas conosco, e por eese motivo toda nossa alegria nesse dia. (Caf Hachaim 668:7).
- Nossos Sábios calcularam a leitura semanal da Torá de tal forma, que a parashá (segmento da Torá) de Vezot Habrachá seja sempre lida em Sheminí Atzeret, de modo que as festividades terminem junto com a bênção que Moshe deu ao Povo de Israel nessa parashá. Também nos dias do rei Shlomo, na época do Beit Hamikdash, o rei abençoava o povo neste feriado. E como a leitura anual de toda Torá é completada, uma celebração é realizada em sua homenagem, da mesma forma, a Guemará conta que os grandes Sábios faziam um dia de Yom Tov toda vez que terminavam de estudar um tratado do Talmud (Caf Hachaim, idem, subseção 15).
- No momento em que a leitura da Torá é terminada, uma festa é feita. É uma mitzvá celebrar a alegria da Torá. Sabe-se que os grandes rabinos de Israel dançavam diante da Torá com todas as suas forças e sem se preocupar com sua própria honra. Assim está escrito a respeito do rei David: “E David dançou com todas as suas forças diante de Hashem” (ver Rama 669:1; Ben Ish Chai, Vezot Habracha 18).
Oração
- Na noite de Simchat Torá deve ser dito na Amidá “Yom shemini chag haatzeret haze”, e se alguém erroneamente falou “Yom chag haSucot”, porque acha que ainda está em Sucot, ele deve repetir a Amidá. Mas se perceber seu erro enquanto ainda recita a mesma bênção, ou se já tiver passado para a seguinte, deverá retornar ao parágrafo “atá bechartanu”. Se quando percebeu seu erro, já havia terminado de orar a amidá, deve recitá-la novamente desde o começo. Todavia, se tinha em mente que o Sheminí Hatzeret é naquele dia, mas ficou confuso em suas palavras, não tem obrigação de repetir a amidá, já que o Sheminí Hatzeret é considerado parte do feriado de Sucot.
- De acordo com a opinião de Rama, deve-se dizer “Et yom Shminí hatzeret” sem mencionar a palavra “chag” (cap. 668:1). E se alguém cometeu um erro e disse apenas “chag haSucot”, segundo a opinião da Mishná Berurá (parágrafo 2), ele não precisa repetir a Amidá.
- Se alguém cometer um erro na recitação do Kidush e disser “Yom chag haSucot hazé”, ele deve agir da mesma forma especificada em relação a Amidá.
- Se na diáspora, por engano, alguém disser na oração “Yom haSucot haze”, ele não precisa repetir a Amidá, já que fora de Israel, naquele dia, ainda estão comemorando o feriado de Sucot (Caf Hachaim 668:3).
- É proibido distribuir bebidas antes de fazer Kidush, mesmo que as pessoas se encontrem no meio das Hakafot. Portanto, se as Hakafot são feitas antes da oração de Mussaf e os participantes estão com sede, ou algo assim, eles devem fazer Kidush antes, contudo bebidas alcoólicas não devem ser distribuídas, e deve se tomar cuidado para não comer mais do que a quantidade de um “kezait” de comida cuja bênção é mezonot (o ideal seria fazer o Kidush e comer fora do Beit Haknesset).
- Os Cohanim sobem ao palanque para abençoar as pessoas nas orações de Shacharit e Mussaf. No entanto, se o Kidush for feito no Beit Haknesset antes do serviço de Mussaf, e um dos Cohanim bebeu mais do que a medida de um reviit de vinho, e o efeito do álcool ainda não tiver passado, ele não deve subir para abençoar o povo. (Veja Caf Hachaim 689:40). Na opinião do Rama (128:44), os Cohanim só sobem ao pódio para abençoar o povo durante o serviço de Mussaf. Há aqueles entre os Ashkenazim que têm o costume dos Cohanim só abençoarem durante a oração de Shacharit, porque há um receio de estarem sob a influência do álcool no momento da oração de Mussaf (Kitzur Shulchán Aruch 128:8; Mishná Berurá, 689:17).